quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Casamento é só carência ?


Não é que eu seja contra casamento. Não me entendam mal. Ninguém casa para separar. Mas quase 50% dos casais se separam com menos de nove anos de união. Percentual assustador, se partirmos da ideia de que as juras de amor de um matrimônio incluem a perspectiva de “até que a morte nos separe”.
Até que a morte no separe é muito tempo. É tempo suficiente para que a convivência desgaste, o encanto seja inundado pela monotonia da rotina e as mudanças transformem marido e mulher em dois estranhos, que mal reconhecem no outro a pessoa com a qual escolheram casar. Eu sei, não é regra. 
Casar é dividir cama, lençol, banheiro, contas, problemas e até genes. É ter que dormir e acordar junto, ainda que os roncos incomodem. É trocar carinho, colo e também farpas. É se despir, e mostrar tudo de pior que há dentro de nós – o melhor certamente já foi exposto de forma bem exibida, no momento da conquista. 
Casamos por amor, porque queremos compartilhar uma vida. Ninguém se casa porque se sente sozinho no banheiro, ou porque sente falta de uma toalha molhada na cama. Não faz sentido ninguém se privar de sua individualidade apenas porque "juntou os trapos". Isso é um tipo de castigo pela escolha feita? Então eu sou contra. Sou totalmente a favor da ideia de para cada casal que resolver viver juntos, dois armários, dois banheiros e por aí vai... 
Que dormir abraçado seja uma opção, e que nos dias de stress a ausência do outro se faça notar durante a noite, trazendo saudade e acalmando as ânimos. Que cada um tenha seu banheiro, sua bagunça, e possa desafinar o quanto quiser debaixo do chuveiro. Nada impede que, vez ou outra, o banho também seja unificado. E que não briguem pelo controle remoto ou pelo edredom. 

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